Os Estados Unidos e a Ditadura - Depoimento de ex-agente puxa as investigações


       




EUAD 2 - Depoimento de ex-agente puxa as investigações 22.8.2013
Suspeitas de envenenamento crescem - mesmo sabendo-se que o ex-presidente João Gou­lart era cardiopata - à medida que informações vão dando con­ta da atuação de químicos a ser­viço das ditaduras sul-america­nas, do envolvimento de agen­tes ligados à CIA e ao FBI (entre eles, Michael Townley, hoje em programa de proteção a teste­munhas nos EUA) e de mortes em sequência, com característi­cas análogas - como a do poeta chileno Pablo Neruda, em 1973, exumado e hoje sob perícia. Pa­ra o filho de Jango, João Vicente Goulart, deve-se ir atrás das co­nexões em torno do que pode ter sido um programa de assassi­natos seletivos nos anos 70.
"É fundamental solicitar do­cumentação disponível nos paí­ses implicados, não só Brasil, mas Argentina, Uruguai, Esta­dos Unidos e fazer as oitivas devidas. A família, com toda a dignidade e dor, autoriza a perícia. Mas a exumação não é um fim em si mesmo, é um meio para chegar à verdade", salienta. Em 2007, a família entrou com pedido de investigação junto ao MP depois de tomar conhecimento das revelações de Mario Neiva Barreiro. Ex-agente uruguaio, preso na Penitenciária de Charqueadas (RS), Barreiro relatou o que seria um plano para elimi­nar Jango no exílio, com partici­pação do delegado Sergio Fleury, do DOPS de São Paulo: apenas uma cápsula do vidro de remédios do ex-presidente se­ria subtraída e substituída por outra contendo um composto com três substâncias letais.
Jango vestia, pijama quando seu corpo foi colocado no cai­xão, que não mais seria aberto. Houve embates dentro do regime militar no Brasil sobre auto­rizar o enterro em solo pátrio. Documentos liberados nos EUA apontam participação americana nos fatos, inclusive envolvendo o então chefe do De­partamento de Estado, Henry Kíssinger, já arrolado como tes­temunha pela família Goulart na representação no MP./L.G.

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